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22 Jul 14:06

I LIKE YOU / LADY MARIKA

by anja


This is my beautiful friend Marika, who makes the jewelry line Ay Marieke. The first day that I met her we were working on a photoshoot, and the whole day she was adorned with jewels and ornate crowns, for the sole purpose of lounging on crazy textiles and velvet sofas in the middle of the forest. It made sense, this girl is fancy. She’s infinitely creative and funny, and I love it when she gets bossy after a drink or two. Plus, she’s one of the only people I know that wants to talk with me about Pretty Little Liars, haha. I have more photos from this day to share that feature her spoiled baby cat Arthur, but we all agreed that he deserves his very own post.




22 Jul 10:54

Photo



15 Jul 22:59

Frittatas de amaranto e ricotta # Amaranth and ricotta frittatas

by Mónica Pinto




Sábado de manhã. A feira está como sempre, apinhada de gente e eu vou passando com pressa pelas bancas de roupa e todo o tipo de artigos de contrafação, para finalmente chegar à primeira das três ruas onde se vendem os vegetais, enchidos, queijos e alguns frutos. A feira para mim começa sempre aqui.

Já conheço as bancas de cor e salteado e as caras por trás delas também. A senhora dos alhos é a primeira que encontro sempre, com as réstias de alhos raiados a rosa que eu acho tão bonitos. Mais à frente a senhora das folhas verdes: agriões, alfaces de várias cores/ feitios e espinafres. Ao chegar à banca dos enchidos é como encontrar um fumeiro no meio de uma horta. Caminha-se por entre cheiros verdes e doces e de repente o aroma dos presuntos, chouriços e salpicões. Não há como lhe ficar indiferente. E depois há a banca do casal de lavradores onde desta vez encontrei molhos de amaranto. Nunca tinha visto nada igual e assim que perguntei que folhas eram aquelas fiquei a saber que lhe chamam farinhotos (à falta de melhor, penso eu, porque é o mesmo nome que se dá à tripa enfarinhada!)  e que normalmente quem as compra é um casal indiano que lhes tinha dado as sementes.

" E como é que as cozinham?"  - Perguntei eu.
Da resposta fiquei a saber que os lavradores não conheciam  muito bem o que tinham em mãos. Aquilo era apenas mais uma erva que nascia "para lá" à qual, assim de repente, deram o nome de "farinhoto" e que, vai-se lá saber porquê, agradava bastante aos indianos. O preço de cada molho era irrisório e como do casal indiano nem sinal, acabei eu por comprar a remessa de "farinhotos" propostos a um preço ainda mais baixo, assim a modos de forma de agradecimento por este casal de portugueses ter caído do céu quando já nada era esperado. Ainda assim prometi que lhes daria notícias e que a coisa a correr bem, talvez  houvesse também um casal de portugueses na corrida aos "farinhotos"!

De volta a casa comecei sem saber muito bem o que fazer com as folhas. Uma sopa? Salteadas com azeite e alho? Uma tarte salgada? No fundo podia usá-las como qualquer outra folha verde cozinhada. Depois lembrei-me de uma receita simples que aqui todos gostam de ter como snack. Ideal para pegar ao passar e seguir caminho. As frittatas.

Mini frittatas de amaranto e ricotta... No próximo Sábado, tal como prometido, lá irei à feira dar notícias e fazer o anúncio:
É oficial! Este casal de portugueses está decididamente na corrida aos "farinhotos"!... Abram alas!



In English
Saturday morning. The farmers market is crowded as usual and I´m rushing through stands of clothes and all kinds of counterfeit items, to finally reach the first of the three streets where vegetables, sausages, cheeses and some fruits are sold. For me the farmers market starts here.

I already know the stands by heart and the faces behind them too. The lady that sells garlic is the the first one    I always see, with the bunches of pink veined garlic that I find so beautiful. Ahead is the lady of the green leaves: Watercress, lettuces of various colors and shapes and spinach. Upon arriving at the sausages stand is like finding a smokehouse in the middle of a big kitchen garden. You walk through the green, sweet scents and suddendly the delicious aromas of smoked ham, chouriços and sausages. It´s impossible to stay aloof. And then there is the stand of the  couple of farmers where I found these bunches of amaranth. I had never seen anything like it, so I asked what kind of leaves were those, and I came to know that they call it "farinhotos" (for lack of a better name I guess, because that´s the same name given to the floured tripe, which is a portuguese traditional type of sausage) and that it´s usually bought by an Indian couple, who gave them the seeds in the first place.

"And how do you cook it?" I asked.
From the answer I came to know that the farmers knew almost nothing about it. It was just another herb,   that  sprouted "wherever", to which out of nowhere they called "farinhoto" and that for some unexplicable reason was very appealing for the Indian people. The price of each bunch was derisive and as there was no Indian couple in sight, I ended up buyng a remittance of "farinhotos", proposed at an even lower price, as a way of thanking for the portuguese couple that seemed almost "fallen from the sky" when nothing was already expected. Still I promised I would give them some cooking news, and all going well, maybe there would also be a portuguese couple in the race for "farinhotos".

Back home I didn´t really know what to do with the leaves. A soup? Sautée them with olive oil and garlic? A savoury tart? I could use them as any other cooked green leaf. Then I remembered a simple recipe that all of us here at home like to have as a snack. Ideal to grab a piece on our way to wherever we must go: The frittatas.

Amaranth and ricotta mini frittatas... Next Saturday, as promised I will go to the farmers market to give some cooking news and to make the annoucement:
It´s oficial! This portuguese couple is definitely in the race for "farinhotos"!... Make way!








Frittatas de amaranto e ricotta

As folhas de amaranto são ricas em vitaminas A e C e vários minerais e o sabor é muito parecido com o das acelgas. Tudo boas razões para as incluir na lista de vegetais a consumir cá em casa e quem sabe nas vossas casas também!

Ingredientes: 12 mini frittatas
11 ovos
200 g de folhas de amaranto
100 g de ricotta
50 g de queijo da ilha
1 cebola média picada
2 colheres de sopa de azeite
sal, pimenta preta e noz moscada a gosto

Preparação:
*Comece por pincelar uma forma de muffins (de 12) com azeite.
*Coza as folhas de amaranto em água temperada com sal durante 5 minutos (contando a partir do momento em que a água começa a ferver).
*Escorra as folhas e reserve.
*Pré aqueça o forno a 200º, marca 6 do fogão a gás.
*Refogue a cebola no azeite quente até ficar macia e transparente, tire do lume e reserve.
*Bata os ovos, junte o ricotta, as folhas de amaranto bem espremidas, o queijo da ilha e mexa. Junte a cebola com o azeite onde refogou e tempere com sal, pimenta e noz moscada. Mexa bem.
*Distribua a mistura pelas 12 cavidades da forma quase até ao cimo e leve ao forno por 15 minutos, até as frittatas tufarem e ficarem firmes.
*Tire do forno e deixe arrefecer. As frittatas vão murchar mas é mesmo assim.
*Sirva com uma salada ou outro acompanhamento a gosto.


Amaranth, ricotta mini frittatas

Amaranth leaves are filled with vitamin A and C and several minerals and the flavor is similar to the chard. All good reasons to include them in our list of vegetables to eat, and who knows your´s too!



Ingredients: 12 mini frittatas
11 eggs
200 g amaranth leaves
100 g ricotta cheese
50 g portuguese queijo da ilha
1 medium onion, chopped
2 tbs olive oil
Salt, black pepper and nutmeg to taste

Preparation:
*Start by brushing a muffin tin with olive oil.
*Cook the amaranth leaves in salty water, for about 5 minutes after it starts boiling.
*Drain the leaves, let them cool and squeeze the excess water. Reserve.
*Preheat the oven to 200º, 400F, gas mark 6.
*Fry the onion in the hot olive oli until soft and translucent, remove from the heat and keep near.
*Beat the eggs, add the ricotta, the amaranth leaves, ilha cheese and mix.
*Stir in the fried onion and the olive oil and season with salt, black pepper and nutmeg.
*Fill each cavity of the muffin tin with the mixture almost to the top an take to the oven for about 15 minutes until the frittatas puff up and become firm.
*Remove from the oven and let them cool a bit. They will shrink which is fine. Unmold and serve with a salad or any other side dish you prefer.






15 Jul 22:59

Saladas, tomates e o trilho de Salreu # Salads, tomatoes and Salreu´s trail

by Mónica Pinto




Há quem colecione selos (ainda há quem os colecione, não há?). Ou melhor ainda, sapatos! Ou, já agora, utensílios de cozinha antigos. Não sei se algum de vós coleciona alguma coisa mas quanto a mim, para além dos utensílios de cozinha antigos, acho que por esta altura já posso dizer que também coleciono trilhos. 

Caminhar por sítios selvagens "obriga-me" a ser audaz, a sair da minha zona de conforto e a viver coisas que de outra forma só adivinharia nas páginas de um qualquer livro de aventuras. São os cheiros, as cores, os animais, as plantas. A maneira como o vento sopra e a forma que vai dando às nuvens. As nuances de luz. Faço descobertas a cada passo dado e isso preenche-me como poucas coisas. O último trilho que fiz, no passado Domingo, foi o de Salreu em Estarreja. Um percurso por entre arrozais e campos a perder de vista.  Por todo o lado as cegonhas e muitas outras aves que ainda não conheço pelo nome, a voarem num céu coberto de nuvens espaçadas por abertas de muitos tons de azul... (continua).

Mas antes, ainda durante a semana, houve tempo para cozinhar e fotografar algumas saladas vegetarianas que são ideais para piqueniques. Comprei vários tomates pequenos, doces e sumarentos, de várias cores e formatos, perfeitos para mergulhar numa marinada de ervas e assim enriquecerem três receitas diferentes, simples e frescas. Esparguete frio, temperado com a marinada de ervas que aromatizou os tomates e servido com os mesmos e com ricotta. E uma salada de batatinhas novas com feijão verde, pepino, rabanetes, os tomates e também temperada com todos os sabores da mesma marinada. Ultimamente cozinhar em casa tem sido assim. Simplicidade mas com muito sabor... (continua)


In English
Some people collect stamps (there are still people who collects them, right?). Or better yet, shoes. Or even old kitchen utensils. I dont know if any of you collect anything for that matter, but as far I´m concerned, besides the old kitchen utensils, I think that by now I can already say that I also collect  trails.

Walking through wild places "forces" me to be bold, to step out of my comfort zone and live moments that otherwise I would only guess in the pages of some adventures book. The smells, the colors, the animals, the plants. The way the wind blows shaping the clouds on it´s way. The nuances of the light.
I make new discoveries to each step I take and it fills me in a way like few things can. The last trail I made, on Sunday, was the one of Salreu, Estarreja. A journey through rice paddies and fields out of sight. There were storks everywhere and many other birds I do not know by name yet, flying in a clouded sky with open spaces of many shades of blue... (continues).

But before, still during the week, there was time to cook and photograph some salads that are ideal for picnics. I bought a few small tomatoes, sweet and juicy, of various colors and shapes, perfect for dipping in a marinade of herbs and so enrich three different simple and fresh recipes. Cold spaghetti seasoned with the same herb marinade used for the tomatoes and served with the tomatoes and some mild ricotta. And a salad with new potatoes with green beans, cucumbers, radishes, tomatoes, seasoned with all the flavors of the aromatic marinade.  Lately cooking at home has been like so. Simplicity with lots of flavor... (continues) 





















Salada de esparguete com tomates marinados em ervas e ricotta

Estes tomates marinados em ervas foram a base de três saladas saborosas e nutritivas que fiz ao longo da passada semana. A quantidade de tomates que usei é generosa, demasiada para apenas uma destas receitas. Tudo o que têm a fazer é usar a receita base como rácio, ajustando-a ao nº de pessoas que querem alimentar. Retire-os do frio com tempo, para que estejam à temperatura ambiente na altura em que os juntar às saladas. Se estiverem muito, muito frios o sabor fica "anestesiado" e isso é coisa que nenhum de nós quer,   verdade? 


Ingredientes: 2 pessoas
200 g de esparguete
Sal a gosto
Vários tipos de tomates de varias cores, cortados em quartos (500 g )
Folhinhas de cidreira para servir (opcional)
Marinada de ervas p/ os tomates:
2,5  dl de azeite de boa qualidade (7% de acidez ou menos)
1 dl de vinagre de vinho tinto
1 colher de sopa de oregãos secos
2 colheres de sopa de salsa fresca picada
1 colher de sopa de tomilho limão fresco, só as folhas
Raspa de 1/2 limão
1/2 colher de chá de flocos de chili 
Sal a gosto
Pimenta preta a gosto

Preparação:
*Misture todos os ingredientes para a marinada de ervas e cubra os tomates com ela. Tape com película e leve ao frio de um dia para o outro.
*Coza o esparguete em bastante água temperada com sal até al dente, ou seja, até cozido mas ainda firme. Escorra e passe por água fria, volte a escorrer e tempere com um pouco da marinada dos tomates.
*Sirva com parte dos tomates e com um pouco de ricotta e folhinhas de cidreira em cima.



Salada de batatas novas, feijão verde, pepino, rabanetes e tomates marinados em ervas



Ingredientes:
Batatas novas pequenas cortadas ao meio
Pepino cortado e demolhado em água (30 minutos)
Rabanetes cortados em quartos
Feijão verde aparado e cortado ao meio


Preparação:
*Coza as batatas e o feijão verde em água temperada com sal, cerca de 15 minutos a partir da altura em que a água começa a ferver.
*Escorra, passe por água fria, escorra novamente e reserve.
*Numa taça misture todos os ingredientes para a salada - as quantidades ficam ao seu critério de acordo com o nº de pessoas para os quais cozinha - incluindo as batatas e o feijão já cozidos.
*Junte um pouco dos tomates marinados e tempere a salada com a marinada.
*Sirva à temperatura ambiente.



Spaghetti salad with herb marinated tomatoes and ricotta



These herb marinated tomatoes were the base for three delicious salads I made during the last week. The quantity of tomatoes I used in this recipe is pretty generous, to much for just one of these salad recipes. All you have to do is use this base recipe as a ratio, adjusting it to the number of people you have to feed. Take the tomatoes out of the fridge in time to allow them to come to room temperature, before you add them to the salads. If they are too, too cold, the flavor ends up "anesthetized" and that is something none of us wants, right?

Ingredients: 2 persons
200 g spaguetti
Salt to taste
A mix of small tomatoes (500 g)
Small lemon balm leaves (optional)
Herb marinade for the tomatoes:
2,5 dl extra virgin olive oil
1 dl red wine vinegar
1 tbs dried oregano
2 tbs chopped fresh parsley
1 tbs fresh lemon thyme (only the leaves)
Zest of 1/2 lemon
1/2 tsp chili flakes
Salt to taste
Black pepper to taste

Preparation:
*Mix all the ingredients for the marinade and pour over the tomatoes. Cover with clingfilm and take to the fridge for the night.
*The next day, remove the tomatoes from the cold so they have time to come to room temperature before you mix them with the pasta.
*Cook the spaghetti in plenty of salty water until al dente, which means cooked through but still firm. Drain, then rinse under cold water and drain again.
*Season the pasta with part of the tomatoes herb marinade and serve it with some of the tomatoes as well, and also with a few dollops of ricotta and some small lemon balm leaves on top.



New potatoes, green beans, cucumber, radishes and herb marinated tomatoes salad


Ingredients:
Halved small new poatoes
Cucumber cut into rounds and placed into water for 30 minutes
Halved radishes
Green beans, trimmed and cut lengthwise 
Herb marinated tomatoes (recipe above)

Preparation:
*Boil the potatoes with the green beans in salty water for about 15 minutes ( start counting after it comes to a boil), until cooked through but not mushy, the exact time depends on the quality of the potatoes and size and quality of the beans, so just keep an eye on both while they cook. 
*Drain, rinse under cold water several times so it cools and drain again.
*Mix the potatoes and green beans with all the remaining ingredients for the salad, including a few marinated tomatoes and season with the herb marinade.








15 Jul 22:58

Cérebros lavados (crianças, publicidade e junk food)

by Alexandra Prado Coelho

Vamos recorrer à velha técnica de imaginar que um extraterrestre chega à Terra e observa o que se passa. Vê crianças agarradas a jogos de vídeo, ou a telemóveis de última geração, concentradas em jogos que as desafiam a organizar um restaurante onde se servem hambúrgueres, ou a fazer pizzas a grande velocidade para servir todos os clientes, ou a tentar comer a maior quantidade de doces possível sem que os pais descubram. Crianças a brincar, portanto? Não é tão inocente como isso.

crianças consumidores 3

Imagens do documentário Consuming Kids

O departamento para a Europa da Organização Mundial de Saúde (OMS) acaba de divulgar um relatório no qual conclui que os esforços de auto-regulação de empresas do sector alimentar para não dirigir publicidade a menores de 12 anos não estão a resultar.

A razão é simples: existe menos publicidade a junk food nos chamados horários infantis, quando as crianças estão a ver desenhos animados à tarde, por exemplo, mas existe imensa à hora a que estão a ver televisão com a família (e no Reino Unido o programa mais visto por crianças entre os quatro e os 15 anos é o Britain’s Got Talent, segundo a Children’s Food Campaign, uma iniciativa que tenta combater este problema).

crianças consumidores 2

Ou seja, as crianças continuam a ser bombardeadas de diversas formas com alimentos cheios de gordura, sal e açúcar. E continuam a engordar e a ficar doentes porque comem este tipo de alimentos em excesso. Ficam gordas, não se conseguem mexer, sofrem de diabetes, perda de visão, e outros problemas de saúde. E porquê?, pergunta a nosso amigo extraterrestre, genuinamente estarrecido. Não gostam das vossas crianças? Não, não é isso. É porque as empresas precisam de continuar a vender esses produtos.

crianças consumidores

Então, continua o visitante de outro planeta, a solução é manter esses alimentos com altos teores de açúcar, gordura e sal à venda, tentar que as crianças continuem a comê-los, mas evitar que elas os vejam na televisão? Bom… sim. Vamos lá ver se conseguimos explicar: os produtos continuam a existir, as empresas continuam a querer vendê-los, mas (um pouco como se se tratasse de material pornográfico) a opção é não os mostrar.

Ou então mostrá-los num sítio que não chame tanto a atenção dos pais e onde não pareça publicidade, como um jogo online (há até um no qual a personagem perde pontos se for apanhada por um ‘pai zangado’ enquanto estiver a reunir 100 doces em forma de garrafa de Coca-Cola).

E não seria melhor simplesmente mudar esses alimentos, reduzindo o açúcar, a gordura e o sal?, pergunta o extraterrestre. Ah, seria, sem dúvida mas para isso era preciso sermos racionais e no planeta Terra nem sempre é fácil.

(Texto publicado na revista 2 do PÚBLICO no dia 23 de Junho)

15 Jul 22:58

Landgraf e Avillez, um adeus ao ano de Portugal no Brasil

by Alexandra Prado Coelho

Tive o enorme prazer de almoçar no Belcanto o menu preparado por José Avillez e pelo chefe brasileiro Alberto Landgraf para encerrar em Portugal o ano de Portugal no Brasil (por muito que me esforce vou sempre tropeçar neste nome complicado do ano de Portugal no Brasil e do Brasil em Portugal).

Belcanto cozinha_1

A grande maioria das iniciativas decorreu no Brasil, onde vários chefes portugueses estiveram a cozinhar em duetos com chefes brasileiros. Mas houve também alguns ecos disso cá, com Avillez a receber alguns dos nomes que se têm destacado nos últimos tempos na cozinha brasileira, como os irmãos Castanho, Beth Beltrão ou, agora, Alberto Landgraf (o Miguel Pires esteve no Épice, o restaurante de Landgraf em São Paulo, e podem ler aqui a opinião dele).

A ideia da iniciativa era mesmo este contacto entre chefes, que ajuda a criar pontes, cumplicidades, e lhes permite conhecer novos ingredientes, técnicas, etc. Mas é uma experiência que acaba por ser partilhada por muito poucos — aqueles que cabem nas mesas do restaurante numa determinada noite.

Fotos (Jorge Padeiro/Agência Zero.net)

(em cima): José Avillez (à direita), Alberto Landgraf (ao centro), e David Jesus (à esquerda), na cozinha do Belcanto

Azeitona 3 José Avillez

1) Azeitona3 — José Avillez (azeitona em três versões)

2) Ferrero Rocher de foie gras — José AvillezPato com laranja Alberto Landgraf

3) Pato com laranja — José Avillez

Ferrero Rocher de foie gras José Avillez

Se o contacto a esse nível é fundamental (basta ver a experiência do Cook it Raw) tive pena que não houvesse oportunidade para mais gente em Portugal ter contacto com a nova cozinha brasileira. Não sei em que modelo isso podia ter acontecido, e não sei quanto poderia custar (nem quem pagaria, o que, como sabemos, ainda mais nos dias que correm, é a questão essencial), mas imagine-se um fim-de-semana de mini-festival brasileiro, com produtos, pratos a preços mais acessíveis, conversas (uma espécie de Peixe em Lisboa, mas na versão Brasil em Lisboa). Acho que haveria muito a descobrir, e  que podia ser um sucesso.

Bom, não havendo Brasil em Lisboa, partilho aqui algumas imagens do almoço no Belcanto — com o regresso, sempre surpreendente, a alguns dos pratos clássicos de Avillez (como é que é possível o bacalhau com grão ter tanto sabor?, é uma pergunta que volta a cada vez que o provamos), e a descoberta da cozinha de Alberto Landgraf.

Palmito pupunha mel de Jatai e Aspargos com rapadura Alberto Landgraf

4) Palmito pupunha, mel de Jataí e espargos com rapadura — Alberto Landgraf

Cavalinha curada limão pickles de cenoura e vinagreta de cenoura Alberto Landgraf

5) Cavalinha curada, limão, pickes de cenoura e vinagreta de cenoura — Alberto Landgraf

Coração de pato biju de milho suco de ervilha Alberto Landgraf

6) Coração de pato, biju de milho, suco de ervilha — Alberto Landgraf

Sapateira com tupinambo José Avillez

6) Sapateira com tupinambo — José Avillez

Gostei dos sabores puros, como o do suco de ervilha, a saber a verde, que acompanhava o coração de pato com biju de milho (aliás, gostei muito de todo este prato), da crueza dos espargos com rapadura, do ácido dos pickles de cebola com tucupi e vinagreta de castanha-do-Pará. Não são pratos muito “desenhados”, nem nos levam para sabores fáceis — tal, como, aliás, o sorbet de açaí, beterrabas, farinha de água e queijo de cabra, da sobremesa — mas puxam-nos para a terra sendo, ao mesmo tempo, acolhedores. Transportam uma espécie de natureza luminosa que soube bem numa Lisboa meio chuvosa.

15 Jul 13:25

http://faroutandbeyond.tumblr.com/post/53748360257

15 Jul 09:27

a place that you know

by Kristin at The Kitchen Sink

Risotto with Shrimp, Tomatoes & Chives

I walked to the dry cleaners yesterday, which was a hot, sunny day in Seattle, a city that people say rarely sees the sun and never gets hot, so I may be breaking some kind of let’s-keep-this-our-little-secret Seattle code by even mentioning these pleasant conditions, but I’m new here, and I haven’t totally learned the code just yet.  Anyway, a few stray, puffy clouds floated in the broad, blue sky and as I climbed the steep, narrow stairway that cuts a path out of our little neighborhood and out onto the main drag, I turned around to take it all in.

Risotto with Shrimp, Tomatoes & Chives

From those stairs, I can see all the way down the hill into Ballard, and, behind it, slices of the sparkling ship canal and the blue and red hulls of the big boats anchored there.  I can see the slope up to Queen Anne on the other side of the water, and way off in the distance, I can see the jagged, still-snow-draped Olympics.  The latest-blooming flowers (poppies and peonies and roses, at the moment!) edge the sidewalks, and succulents crawl up mossy rock walls.  I can hear the bellow of shipping horns and the whisper of the tall, swaying pines, and power lines criss-cross overhead.

Risotto with Shrimp, Tomatoes & Chives

We live here!, I said to myself.  I turned around, finished the climb up the steps, and continued on my walk, lost in thought, my feet carrying me where I needed to go, tracing the path by habit, which goes to show that while I’m still swept up in the awe of this new place, it’s really starting to become home, a place that we know.  Yes, we live here.  Before I knew it, I was headed back down those steps, my mind still meandering.  And, then, my phone somehow slipped from my hands, clattered down the stairs, and bounced over the railing and into the bushes.  This, of course, snapped me out of my reverie.  I chased my phone down the stairs, hopped over the railing (oh, what a sight I must have been!) and foraged in the bushes for my phone (which, by some miracle, was as good as new!).  I clambered back onto the staircase and brushed myself off.  And there it was again—that big sweeping view—and I took it in again before I reached the bottom of the stairs and made my way home.

Risotto with Shrimp, Tomatoes & Chives

Seattle’s felt a lot like this lately, for me—a mix of still-new wonderment and the mindless, comforting familiar of a place that you know.  We had a close friend, the best man at our wedding, visit us last weekend (it if seems like I’m always mentioning guests, it’s because we’re basically operating a B&B, which I love), and it was a treat to have favorite places to bring him and favorite things to do with him.  When our first guests were here back in April, our sightseeing mainly involved the grocery store, and, if we were very lucky, the playground down the street.

Risotto with Shrimp, Tomatoes & Chives

On Saturday night, after the baby was asleep, Kevin and our friend went out for dinner, and I stayed behind with Avery, and made myself dinner.  I had bought some shrimp and didn’t have much of a plan beyond that.  I rummaged through the pantry, and settled on risotto.

Risotto with Shrimp, Tomatoes & Chives

I make risotto every couple weeks, so I made it as I normally do, but I planned to swirl in some chives and crushed San Marzano tomatoes and to top it with sauteed shrimp.  I leaned my hip up against the counter as I mindlessly stirred and stirred the rice, ladling in spoonfuls of broth until the magic trick that is risotto was done.  The addition of tomatoes provided a new rosey hue and some tang, and the speckle of snipped chives brought a faint garlic note.  The fat, pink shrimp rounded it out into a meal—a risotto unlike any I’ve made before.  Here, too, I found well-worn comfort, with enough new thrown in to make me stop and appreciate.

Risotto with Shrimp, Tomatoes & Chives

Serves 2

2 tablespoons olive oil, divided
1 yellow onion, diced
1 cup arborio rice
kosher salt, to taste
1/2 cup white wine
4 cups low-sodium chicken or vegetable broth (or, if you’ve got it, shrimp/seafood stock)
1/2 cup canned crushed tomatoes
1/2 cup shredded parmesan
1/4 cup minced chives
a dozen or so medium-sized shrimp, peeled and deveined
red pepper flakes, to taste

In a medium skillet with deep sides, heat 1 tablespoon of the olive oil over medium heat.  Add the onion and cook until translucent (several minutes).  Add the rice, season with salt, and cook for a minute or so, stirring to coat the rice with the oil.  Add the wine, stirring and cooking until the wine is absorbed.  Add 1 cup of the broth/stock, stirring and cooking until the broth/stock is absorbed.  Continue to add the broth/stock, a half-cup at a time, stirring and cooking until the broth/stock is absorbed with each addition.

Meanwhile, heat the remaining tablespoon of oil in another skillet over medium-high heat.  Add the shrimp, and season with salt and red pepper flakes.  Cook until the shrimp has just turned pink, flipping once.  Set aside.

Once the risotto has absorbed all the broth/stock, stir in the parmesan, chives, and shrimp and serve.

15 Jul 09:25

Av. da Liberdade.

by Diário de Lisboa
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12 Jul 12:09

a shop preview

by Nikole

Herriott Grace

 

We’re updating! Watch for new items on Monday July 1, 2013 at 6pm EDT.
Join the list here. Find ongoing and almost always available items here.
xo, N

 

Herriott Grace

 

raspberry and aperol floats
this photo
the slideshow at the bottom of this article
these shoes
and this backyard

Herriott Grace

 

 

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10 Jul 09:08

Libby Callaway – Media Consultant at home in Nashville

by Theselby

Libby Callaway - Media Consultant

at home in Nashville




10 Jul 09:06

Loud and Quiet.

10 Jul 09:04

Photo



10 Jul 09:03

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10 Jul 08:44

The Theme Is … Popsicles!

by TK-Erika

Tasty Kitchen Blog: The Theme Is Popsicles!

 
Summer is most definitely here, at least where I am. We’ve been battling thunderstorms and mosquitoes and a string of days marked by an unwelcome and overstaying holy-moly-I’m-melting-here blanket of heat. And let me tell you, it’s hot. During one particularly oppressively hot day—a day our brand new air conditioning system decided it had had enough and started impersonating a rock—I decided it was time to move to the North Pole and live in an igloo. So we packed up our stuff, booked a flight on Priceline, and off we went. The end.

Okay, so we didn’t really move to the North Pole. For one, I’m allergic to dogs so I’d have to drive those sleds alone. No fun. Second, I’d be up all day every day wondering why I haven’t seen any penguins yet. Or why the sun is taking forever to set. Again, no fun.

So instead of migrating to the Arctic, I’ll do the next best thing. Instead of giant blocks of ice, I’ll go with smaller portions of ice. Flavored. Preferably handheld. I spent a few days staring longingly at the bounty of popsicle recipes here in Tasty Kitchen, wishing I had enough time to make them all. So I can eat them all. Though hopefully not too quickly to avoid freezing my brain.

But even if my brain freezes and stops working, that’s okay because this perfect summer heat relief is thankfully easy to make. All you need is water (or juice!), something to flavor that water, and a freezer. And okay, maybe a stick or two.

Tasty Kitchen Blog: The Theme Is Popsicles!
Vanilla Balsamic Strawberry Popsicles from Lauren Spicy Cantaloupe Popsicles from cookingdunkinstyle Pomegranate, Raspberry, and Nectarine Popsicles from goodlifeeats Cucumber-Basil Limeade Popsicles from A Cozy Kitchen Honeydew Popsicles from passthesushi

 
 
 
You can go a little fancy and make a creamy version. All you need to do is add a little … something creamy. Did I mention these were easy to make?

Tasty Kitchen Blog: The Theme Is Popsicles!

Mocha Popsicles from A Cozy Kitchen Frozen Coconut Peach Bites from Gina (Running to the Kitchen) Coconut Berry Popsicles from Carrie Burrill Limber de Coco (Coconut Cream Popsicle) from The Noshery Peachy Coconut Popsicles from Jennifer | Mother Thyme Homemade Tropical Ice Pops from Flour On My Face Berry Bliss Rocket Pops! from Marla Meridith Fudgsicles! from Shelley

 
 
 
You can also add yogurt instead, and because it’s healthy and gives a protein boost, you can have an extra serving. Or three!

Tasty Kitchen Blog: The Theme Is Popsicles!

Strawberry and Blueberry Yogurt Pops from foodieplus4 Yogurt Popsicles from Noshings Triple Berries and Cream Swirl Pops from The Scrumptious Pumpkin Mango Lassi Popsicles from aspicyperspective Coconut Lime Yogurt Popsicles from Laurie {Simply Scratch} Raspberry & White Cherry Yogurt Pops from Mike (Verses from my Kitchen) Honey Yogurt Berry Pops from Joy Cherry Yogurt Popsicles from Meredith {In Sock Monkey Slippers}

 
 
 
Okay, who am I kidding? My favorite popsicles are the ones are the ones that tempt me with frozen versions of my favorite desserts.

Tasty Kitchen Blog: The Theme Is Popsicles!

Pumpkin Pie Popsicles from Marla Meridith Peanut Butter Oreo Popsicles from passthesushi Raspberry Cheesecakesicles from rainydaygal Cheesecake Popsicles from DessertForTwo Homemade Jello Pudding Pops from Mommy's Kitchen

 
 
 
You can also liven up a party or summer barbecue with a boozy treat for the adults. Do be stingy with the alcohol though—too much will prevent your popsicle from freezing. (Though I’m pretty sure anyone interested in a boozy popsicle will rarely refuse a cup of boozy slush instead.)

Tasty Kitchen Blog: The Theme Is Popsicles!

Boozy Pomegranate Popsicles from claireg12 Cantaloupe Popsicles from Laura | Tutti Dolci Piña Colada Popsicles from Laura | Tutti Dolci Margarita Popsicles from Kim (SunflowerSupperClub) Beer Popsicles: Lemon Pale Ale from Jackie Dodd

 
 
 
If you’d rather go a different route with the popsicles and actually use frozen fruit, here are two versions for you: one for the kids, and one for those who can handle their tequila. One for little Johnny, two for me. One for little Sally, three for me … (Anyone who knows me will be laughing and calling me out, because in truth, the only way I know how to handle tequila is in a shopping bag, walking out of the store after being sent there on an errand.)

Tasty Kitchen Blog: The Theme Is Popsicles!

Frozen Yogurt Fruit Pops from Meredith {In Sock Monkey Slippers} Boozy Watermelon Wedges from claireg12

 
 
 
I think I have to go clear room in my freezer because I want to make at least 17 of these recipes right now. I can have popsicles for breakfast, yes?

Hope everyone’s staying cool this week! Have any favorite heat busters? I know I’ll need all the help I can get.

 
 

25 Jun 13:22

After reading an old letter from someone you used to be close with

image

24 Jun 17:10

miúdas.



miúdas.

24 Jun 17:10

‘Borá lá outra vez!

rita

<3



‘Borá lá outra vez!

24 Jun 17:10

até já! :)

rita

<3



até já! :)

24 Jun 17:10

dia 1 de julho.



dia 1 de julho.

17 Jun 14:52

"Leaving is not enough. You must stay gone. Train your heart like a dog. Change the locks even on the..."

“Leaving is not enough. You must stay gone. Train your heart like a dog. Change the locks even on the house he’s never visited. You lucky, lucky girl. You have an apartment just your size. A bathtub full of tea. A heart the size of Arizona, but not nearly so arid. Don’t wish away your cracked past, your crooked toes, your problems are papier mache puppets you made or bought because the vendor at the market was so compelling you just had to have them. You had to have him. And you did. And now you pull down the bridge between your houses, you make him call before he visits, you take a lover for granted, you take a lover who looks at you like maybe you are magic. Make the first bottle you consume in this place a relic. Place it on whatever altar you fashion with a knife and five cranberries. Don’t lose too much weight. Stupid girls are always trying to disappear as revenge. And you are not stupid. You loved a man with more hands than a parade of beggars, and here you stand. Heart like a four-poster bed. Heart like a canvas. Heart leaking something so strong they can smell it in the street.”

- Frida Kahlo 
17 Jun 10:12

Olhos postos na luta

by Zé Nuno Matos

17 Jun 08:56

O apelo de um concidadão português dos "terroristas" turcos

by Miguel Serras Pereira
"(…) sei que se a mensagem não passar aí para fora estamos perdidos", escreve Pedro Feijó, da Turquia, apresentando o seu testemunho de concidadão dos turcos "de a pé"e que a pé firme se batem contra o regime obscurantista e neoclerical-liberal de Erdogan. O apelo internacionalista à "intervenção estrangeira" da cidadania democrática europeia é suficientemente claro — e suficientemente contrário às mistificações dos que confundem, e/ou querem fazer-nos confundir, a "independência nacional" e a "soberania" com a liberdade e a igualdade de direitos dos cidadãos, a sua participação governante. Para que a mensagem passe, rompendo as fronteiras dos Estados — e para que os cidadãos comuns que são a imensa maioria dos turcos, dos portugueses, dos alemães e outros europeus — quebrem as divisões nacionais e não se resignem a estar perdidos, aqui fica o apelo que Pedro Feijó publicou no Facebook.

São seis da manhã cá e acabo de chegar a casa. Foi uma das noites mais inacreditáveis da minha vida e tenho um favor a pedir-vos: por favor divulguem tudo o que puderem sobre a resistência na Turquia. Hoje fui expulso de um parque com uma carga policial. Hoje fui empurrado para um hotel com dezenas de feridos. Hoje fui fechado em salas com gás lacrimogéneo por todo o lado, sem conseguir abrir os olhos de tanto arder, sem conseguir respirar. Hoje levei com um canhão de água com químicos só por estar em frente a um hotel sem estar a ameaçar o quer que seja. Hoje estive nas ruas com o povo de Istambul. Hoje construí barricadas com eles, hoje atirei de volta as cápsulas de gás para cima da polícia, hoje fugi lado a lado pelas ruelas com medo da Polis. Hoje passei por Gezi durante a noite e já bulldozers a destruir tudo: o nosso parque, as nossas tendas, as nossas coisas. Hoje vi pessoas quase a asfixiarem, vi feridas abertas nos corpos. Hoje senti um tiro raspar-me as calças. Hoje fui tirado à bruta de dentro de um táxi pela polícia e revistado de cima a baixo, tudo o que estava dentro da mochila, e ofendido por ter um panfleto de Gezi como separador de um dos livros. Hoje volto a casa com uma raiva deste grupo de pessoas, deste grupo de caras, deste grupo de gravatas, destes Tayyips, e desta gente que veste o uniforme enquanto despe a consciência. Hoje chego a casa estoirado, a sentir que não durmo há dias, mas com a energia para correr todas as ruas desta cidade. Hoje chego a casa com mais força para lutar. Principalmente porque sei que não estou sozinho. Mas também sei que se a mensagem não passar aí para fora estamos perdidos. Estou num país onde um homem tem o direito de mandar espancar brutalmente milhares de cidadãs só porque ocuparam um parque. Sei que não podem vir para cá, mas por favor levem-nos para aí.

Pedro Feijó
14 Jun 11:13

SUNRAY

by KOO
11 Jun 10:50

girlgoesgrrr:   TODAY IN TURKEY National Protest: Istanbul:...

rita

<3





















girlgoesgrrr:

 

TODAY IN TURKEY

National Protest: Istanbul: 01-02JUNE2013

ACAB Worldwide

WAKE UP — SIGNAL BOOST

11 Jun 09:23

Ursula Andress and James Dean

by pleasingaesthetics


Ursula Andress and James Dean

06 Jun 16:10

streetetiquette: SoHo // myself + @jfkjean Handsome men I...



streetetiquette:

SoHo // myself + @jfkjean

Handsome men I know. 

04 Jun 08:56

A ESFINGE

by Eduardo Pitta

Agora que o n.º 125 da LER, de Junho, chegou às bancas e livrarias, deixo aqui a crónica A esfinge, publicada no n.º 124 na minha coluna Heterodoxias:

No momento em que a Fundação Gulbenkian patrocina uma exposição sobre a vida e obra de Clarice Lispector, apetece lembrar essa mulher oriunda da distante Tchetchelnik, a aldeia ucraniana onde nasceu em Dezembro de 1920, com o nome de Chaya Pinkhasovna Lispector.

O título da exposição é A Hora da Estrela, título do último romance publicado em vida. Não estou dentro da cabeça dos organizadores, mas parece plausível admitir que a escolha não foi inocente. A história de Macabéa, uma rapariga «incompetente para a vida», é o retrato nítido de alguém que toda a vida dissimulou os recessos mais íntimos da sua personalidade. Por outro lado, considerando “estrela” na sua acepção glamorosa, tendemos a concordar com Gregory Rabassa: Clarice tinha o carisma de Marlene Dietrich — uma star — e escrevia como Virginia Woolf.

Estou curioso em ver a exposição para avaliar até que ponto ilumina a natureza esquiva da autora. Clarice sempre lidou mal com as suas origens, toldadas por miséria extrema e sífilis. A história dos pais, fugidos aos pogroms anti-judaicos que tiveram início em 1918, provocando, só na Ucrânia, mais de trezentos mil assassinatos, é uma lembrança que se obstinou a rasurar. Até à morte da mãe (em 1930), a língua falada em casa dos Lispector era o ídiche. Talvez por isso tenha insistido tanto na identidade brasileira. Afinal de contas, era um bebé de 15 meses quando chegou a Maceió, no Estado de Alagoas.

 Antes de completar 15 anos, Clarice, o pai e as irmãs mudaram-se para o Rio de Janeiro. Detalhe importante: convém não esquecer que o Brasil praticou até ao início dos anos 1940 uma política segregacionista relativamente aos judeus. Foi na antiga capital federal que frequentou o curso de Direito, ali conhecendo o homem que seria seu marido, o diplomata Maury Gurgel Valente (antes do divórcio, o casal teve dois filhos). Em 1943 obteve a nacionalidade brasileira e a carteira de jornalista. No mesmo ano, publicou Perto do Coração Selvagem, romance que provocou um abanão cataclísmico e deu novos contornos à ficção escrita em português. A crítica marxista fez os possíveis por subestimar a obra, mas estava criado o mito.

Em 1944, a caminho de Nápoles, onde Maury fora colocado como vice-cônsul, Clarice passou dez dias em Lisboa. Conheceu João Gaspar Simões e fez amizade com Natércia Freire, com quem manteve correspondência até morrer. Por causa da guerra, a viagem fez-se aos ziguezagues: seis escalas entre o Brasil e a Itália. Não gostou: «As coisas são iguais em toda a parte.» O enfado com países terceiros está bem patente na forma como descreveu uma visita ao Egipto: achou tudo ruim. Não obstante, esteve 15 anos fora do Brasil. Depois de Nápoles, o marido foi colocado em Berna, Torquay e Washington (onde nasceu o segundo filho). Só em 1959 regressou ao Rio de Janeiro.

Aos 38 anos tinha publicados três romances e uma colectânea de contos, mas as dificuldades financeiras obrigaram-na a assinar uma coluna feminina do Correio da Manhã carioca, usando os pseudónimos de Teresa Quadros e Helen Palmer. Foi ainda ghost writer da actriz Ilka Soares. Como cronista assinando em nome próprio, apenas entre 1967-73, no Jornal do Brasil, mas o fantasma anti-semita deu em despedimento. Isso não impediu a construção da obra, que atingiu dois cumes em 1964 — o romance A Paixão Segundo G.H. e a colectânea de contos A Legião Estrangeira. A lenda começava a tomar forma.

Em Setembro de 1966 provocou um incêndio por ter adormecido a fumar: «O estuque das paredes e do tecto caiu...». A mão direita não chegou a ser amputada, mas deixou de servir. Os últimos anos foram terríveis: esquizofrenia do filho mais velho, as suas próprias depressões, dificuldades materiais, o cancro que a matou em menos de um ano. Clarice morreu na véspera de completar 57 anos.

Preciso ir conferir A Hora da Estrela.
04 Jun 08:51

By noon on Monday

rita

isso.

03 Jun 17:53

A tua blackface não me é estranha

by noreply@blogger.com (Rodrigo Nogueira)
No outro dia, parado na rua, estava um grupo de miúdos com traje académico. Um deles, meio envergonhado, contava a outro, baixinho mas não o suficiente para eu não o ouvir, uma piada racista. Não apanhei a piada toda, mas a punchlineenvolvia o facto de todos os pretos terem propensão para um dia irem parar à prisão. Hilariante. Toda a gente sabe que isso é verdade, logo, é uma piada que torna brilhante. É provável que esse miúdo não se visse a ele próprio como uma pessoa racista e que não quisesse realmente mal a quem não tem o mesmo tom de pele dele. Mas a verdade é que cresceu num país em que isto lhe é permitido, mais ou menos baixinho.

Apesar de estarmos em pleno ano de 2013, ainda é impossível passar uma semana que seja em que não se veja na televisão portuguesa um branco com a cara pintada de preto. Sem se falar sobre isso, sem se discutir se será ou não correcto. E isso faz-me muita, mas muita confusão. Muitas vezes, especialmente quando é em comédia, isso vem associado a um sotaque africano exagerado e a uma caricatura que só ajuda a perpetuar estereótipos que não têm como dissipar-se, visto não termos tanta percentagem caras negras não-pintadas para contrabalançar. São caricaturas que não costumam partir, como deveriam, de uma observação da realidade que depois é transformada em humor, não passam de estereótipos que se perpetuam a eles próprios.

“Blackface” é o que os anglo-saxónicos chamam à maquilhagem usada no teatro para brancos pintarem a cara de preto e caricaturarem negros. Está ligada a um passado dos minstrel shows do século XIX e XX, em que se faziam espectáculos inteiros, ultra-populares, a gozar com negros, fossem escravos ou ex-escravos, sem deixarem negros a sério subirem aos palcos (a não ser quando os próprios pintavam a cara de negro). Com o advento dos direitos civis e da consciência racial, começou a deixar de ser geralmente aceite nos Estados Unidos, em Inglaterra, e em todo o lado, mas a influência continua, não só nas embalagens de Uncle Ben’s ou Aunt Jemima, por exemplo, que eram duas personagens/ estereótipos recorrentes simpáticas desses espectáculos, mas também em ideias que continuam a ser propagadas.

Não sou um historiador, nem tenho qualquer formação ou especialização nesta área, apenas pesquisei no Google e oiço falar nisto há anos, e estou habituado a ver discussões sobre o assunto quando acontece noutros lados. Em muitos outros países do mundo ocidental, tal hábito geraria, no mínimo dos mínimos, polémica. Sempre que há blackface na televisão americana, por exemplo, há um coro de vozes que se insurgem a dizer que isso não está certo. Não consigo perceber como é que em Portugal isto passa em branco (no pun intended). Serei a única pessoa com acesso à internet?

Tal como não quero acusar o miúdo de racismo, também não quero acusar quem pinta a cara de algum tipo de preconceito, nem sequer dizer que são pessoas horríveis que fazem algo nojento porque têm mau coração e muito más intenções. Só, talvez, de insensibilidade e inconsciência. Agora, se se desculparem com um “não, não sou racista, até tenho amigos pretos e uma vez deixei um deles entrar lá em casa e só tive um bocadinho de nada de medo e só uma vez é que mudei de lado na rua para não cumprimentar um deles e era porque estava com pressa”, o caso muda de figura. Pessoas erram a toda a hora.

Também relacionado com isto, faz-me muita confusão como é que há 13 anos, no Programa da Maria, havia dois membros do elenco de origem africana, algo que tornava o uso de blackface supérfluo, e, desde então, isto só piorou, quando seria suposto o mundo ser agora melhor e menos racista. Não é como se todos os membros brancos do elenco de programas cómicos portugueses fossem as pessoas mais talentosas e hilariantes do mundo, e fosse estritamente necessário estarem lá eles para as pessoas rirem mais.

Nunca passou, porventura, pela cabeça desta gente que isto pudesse ser ofensivo. Assumiram , apenas, que fazer isso está correcto e fazem, porque sempre viram outras pessoas a fazer e nunca ninguém lhes disse que talvez não devesse ser assim. E não, isto não é a mesma coisa um negro pintar a cara de branco. Não tem a mesma carga histórica, ligada a anos e anos de opressão. Mesmo que a intenção quando fazem uma personagem negra não seja – e acredito mesmo que não – má, há todo um passado que torna aquilo pelo menos insensível. Porque, durante mais de um século, blackface foi uma maneira de perpetuar estereótipos racistas, gozar com os negros e mantê-los longe dos holofotes, mesmo continuando a representá-los. Pessoas que não tinham outro contacto com negros a não ser nos palcos ficavam a pensar que todos os exageros, todas as características ridículas que lhes davam eram verdadeiros. Não parece um bocadinho de nada o que se continua a fazer hoje, mesmo que não seja essa a intenção?
Quando comecei a pensar numa versão inicial deste texto, há mais de um ano, era mesmo muito complicado encontrar, na internet, menções a blackface na televisão portuguesa. Agora, desde Fevereiro, a página da Wikipédia sobre blackface já tem uma secção dedicada à lusofonia, com links para vídeos d’A Revolta dos Pastéis de Nata (comédia) e A Tua Cara não me é Estranha (concurso). O 5 Para a Meia-Noite, que é um programa que até costuma ter uma certa diversidade que falta a outros em termos de convidados, tem agora um sketch recorrente que é uma paródia de uma telenovela, feito todo em blackface, e nem é o único exemplo vindo desses lados. No caso do A Tua Cara Não Me É Estranha, nada me tira na cabeça que, quando o Mico da Câmara Pereira, a imitar o Louis Armstrong, sorriu, foi dos momentos mais racialmente insensíveis que passaram na televisão nos últimos anos. Mas, ainda assim, continuamos a falar pouco sobre isto e a deixar passar sem o mínimo de pensamento ou discussão. Porquê?