Shared posts

30 Nov 21:15

KARINA VEIGA VAI A JÚRI POPULAR

by lola aronovich
Querida Karina,
Você não me conhece, e até ontem eu nunca tinha ouvido falar de você. Algumas pessoas me contaram meio atrapalhadamente como você caiu na boca do povo da internet: você, com 16 anos, transou com seu namorado da mesma idade. Ele disse que você o traiu (que palavra forte, né? Trair! Sendo dita por jovens!), e, para se vingar, colocou fotos e vídeos de vocês dois fazendo sexo no seu perfil no Facebook. Foi isso que eu entendi.
Aí o pessoal das redes sociais, que pelo jeito não anda fazendo muito sexo (porque, se fizesse, não estaria tão obcecado pela vida sexual alheia), e aparentemente não imaginava que meninas de 16 anos transavam, e nunca tinha visto qualquer imagem de sexo anal, pos o seu nome nos Trending Topics do Twitter. E ficou fazendo piadinha o dia todo. E apostas sobre quando você vai se matar. Quer dizer, não me parece ser gente com muita empatia no coração.
Não sei bem por que estão falando em suicídio. Deve ser pelo caso da Amanda Todd, uma canadense de 15 anos que, quando tinha 13, cometeu o pecado mortal de mostrar os seios durante milésimos de segundo pruma câmera. Por causa disso, foi perseguida e bullied, teve depressão, implorou por ajuda, e acabou se matando. Eu falei sobre o caso no meu blog, e, sabe, enquanto escrevia, eu pensava: este post não vai ter discussão, todo mundo vai achar horrível uma sociedade que condena uma menina à morte, todo mundo vai chorar por Amanda e usá-la como exemplo para que uma atrocidade dessas –- julgar e negar apoio a uma garota que não cometeu crime nenhum -- não se repita.
Eu sou muito ingênua, porque não acreditei quando os comentários começaram a chegar. Era um montão de gente cretina dizendo que Amanda era uma vagabunda, que tinha mesmo que morrer, ou que foi fraca em se matar. Pena de morte pruma menina de 15 anos! Não pude acreditar no que vi.
Eu já tive quinze anos -– três décadas atrás, na década de 80. E foi com essa idade que descobri o sexo e gostei muito e experimentei bastante com vários carinhas. Eu era descompromissada e queria transar; eles também, uma situação win-win. Não pensei que estivesse fazendo algo de errado. Mas logo vi que o que valia pros meus amantes não valia pra mim. Vi que eles eram valorizados por terem experiência sexual, enquanto eu era desvalorizada por exatamente o mesmo! Ué, por que, se estávamos fazendo a mesma coisa (sexo)?
Eu já me considerava feminista naquela época, e nunca entendi aquele padrão duplo. Naqueles tempos não existia internet, mas esse detalhe não impedia que várias pessoas falassem mal de mim. E por quê? Porque eu fazia sexo (com camisinha)! Com rapazes que também faziam sexo! Óóó. Mas não abaixei a cabeça, não me envergonhei, porque eu sabia que não havia nada pra me envergonhar. Eu discutia e exigia respeito. Eu queria ter a mesma liberdade sexual que os meninos que eu pegava! Nem mais, nem menos, só a mesma liberdade. Por que seria pedir demais?
Não sei se as pessoas pararam de falar mal de mim, só sei que parei de ligar. E continuei tendo uma vida sexual bastante movimentada, até que, com 23 anos, me apaixonei, virei monogâmica (é uma escolha, não a única), e estamos juntos até hoje, 22 anos depois. Felizes.
Mas eu sempre tenho esperança que as coisas mudem. No meu tempo de adolescente, virgindade ainda era avaliada como importante pras meninas. Hoje não é mais, então eu pensava que o julgamento de garotas que fazem sexo tivesse, talvez, também caído por terra. Ledo engano. A patrulha da moralidade continua firme e forte, como o seu caso prova.
Duas coincidências aconteceram esta semana. Na segunda-feira, fui participar de um seminário sobre mídias machistas numa universidade particular, e uma professora comentou, espantada, sobre o que tinha visto num fórum com alunos daquela universidade. Parece que uma jovem aluna saiu com outro cara enquanto estava namorando um aluno, e foi um auê. A professora não entendia como tantas moças estavam chamando a menina de vadia, piranha, vaca e sei lá mais o quê. De fato, se já não faz nenhum sentido os homens se intrometerem, faz ainda menos sentido as mulheres condenarem o comportamento sexual de uma mulher. Porque o insulto que elas usam contra a colega foi ou será usado contra elas. Pruma mulher ser chamada de vadia, só precisa ser mulher. Mais nada.
A outra coincidência é que logo ontem, numa disciplina que ofereço de Poesia e Ensaios, estávamos discutindo um ensaio do escritor americano Gore Vidal. Em “Sex and the Law” (Sexo e a Lei), Vidal pergunta se o que é imoral deveria ser considerado ilegal. Ele cita vários exemplos: masturbação é vista como imoral por um monte de gente. Baseando-se nos valores dessas pessoas, masturbação deveria ser punida por lei?
Vidal aponta para o passado dos EUA para explicar essas anomalias moralistas. No século 17, puritanos deixaram a Inglaterra porque sentiam que não tinham muita liberdade religiosa por lá. Eles não eram perseguidos pelas convicções religiosas que tinham, mas eram proibidos de perseguir outros pelas convicções religiosas que tinham. Sonhavam com uma teocracia. Tentaram ir pra Holanda, que os expulsou. E aí lhes restou a América. Foram pra lá, montaram vilarejos, e passaram a perseguir uns aos outros por heresias, bruxarias, e mau comportamento sexual. Os americanos de hoje são descendentes desses puritanos. Qual a nossa desculpa aqui na América do Sul?
Vidal diz mais. Ele conta que adultério, tido como imoral, também era visto como criminoso. Em 1948, 242 pessoas em Boston foram presas por adultério. Acredita? Mais da metade dos estados americanos tinha leis contra casamento interracial. Um negro podia ser preso se transasse com uma branca, porque isso, além de imoral, era também considerado ilegal. Sexo anal e oral também eram proibidos por lei. Não só para pessoas do mesmo sexo, mas também para pessoas do sexo oposto. Ou seja, se marido e mulher cometessem sodomia, essa prática imoral que você e seu namorado fizeram, poderiam ir pra cadeia!
Claro que aquilo era letra morta e poucos eram presos por conta disso. Mas Vidal alerta do perigo que é ter leis contra crimes morais, mesmo que essas leis raramente sejam usadas. Porque elas podem ser usadas contra inimigos de vez em quando.
O chocante mesmo é que esse ensaio do Vidal, que pareceu tão atual ontem, quando todo mundo estava vasculhando a sua vida sexual, Karina, é de 1965. É mais velho que eu! Já já o ensaio completa meio século. Naqueles tempos pré-revolução sexual e pré-feminismo, homossexualidade era considerada doença, e casamento interracial, sodomia, felação e adultério eram considerados crimes.
Ainda bem que a gente evoluiu! Ainda bem que a gente soube separar igreja e estado, e impediu que uma moralidade religiosa tacanha continuasse sendo lei no nosso dia a dia. Ainda bem que hoje somos sexualmente livres, e que moças e rapazes, de qualquer orientação sexual, podem fazer sexo consensual sem serem julgados e condenados por um júri popular!
Ainda bem, porque já pensou se você tivesse nascido cinquenta anos atrás? Suas fotos, seu nome, seu endereço, estariam sendo espalhados por aí. E você seria condenada por ter feito sexo anal e oral com seu namorado. Ah, e teve o lance do adultério também! Provavelmente seu namorado sairia livre, porque ele é homem, mas pra você, Karina, sobraria a pena de morte. Você seria executada em praça pública!
Mas felizmente estamos no século 21, e hoje todo esse obscurantismo sexual e religioso parece coisa da Idade Média.
Karina querida, não se desespere. Tudo isso vai passar. Cabeça erguida, que você não fez nada de errado, e ninguém tem nada que te julgar. Que se danem os moralistas. Você é muito melhor do que eles.
19 Nov 20:08

Wired's $1 article about software millionaire John McAfee's bizarre life in Belize

by Mark Frauenfelder

David told me about Joshua Davis' profile of software millionaire John McAfee, who lives in Belize and is wanted for questioning in a murder there. I paid $0.99 for the article on Amazon and it was $0.99 well spent.

There was always something unusual about John McAfee. The tech entrepreneur made a fortune from the antivirus software that bears his name, but he also spent years as a cocaine addict, spiritual guru and yoga expert. In 2009, after losing millions in the stock market crash, he decided to retire to the tiny Central American nation of Belize. That's when things really got weird. He started hanging out with killers, prostitutes, and pimps. He fell in love with a 17-year-old and surrounded his tropical compound with armed guards. In November 2012 his neighbor was found murdered. McAfee, who professed his innocence, fled the police and went into hiding.

WIRED's Joshua Davis had months of exclusive access to McAfee before his disappearance and was virtually the only journalist McAfee had contact with when he went on the lam. In this fascinating profile, Davis takes readers into McAfee's heart of darkness, a harrowing and jaw-dropping tale of ambition, paranoia, sex, and madness.

McAfee's blog is good reading, too:

After two days we returned to the house, in disguise, and I began my watch.

The first day I colored my full beard and my hair light grey- almost white. I darkened the skin of my face, neck and hands carefully with shoe polish and put on an LA Saints baseball cap with the brim facing backwards and tufts of the front of my hair sticking out unkempt through the band. I stuffed my cheeks with chewed bubble gum stuck to the outside of my upper and lower molars – making my face appear much fatter. I darkened and browned my front teeth. I stuffed a shaved down tampon deep into my right nostril and died the tip dark brown – giving my nose an awkward, lopsided, disgusting appearance. I put on a pair of ragged brown pants with holes patched and darned. I wore an old, ragged long sleeve shirt. I donned an old Guatemalan style sarape and toted a bag containing a variety of Guatemalan woven goods. I adjusted my posture so that I appeared a good six inches shorter than my actual height and slowly walked up and down the beach with a pronounced limp, pushing an old single speed bicycle and peddling my wares to tourists and reporters using a broken English with a heavy Spanish accent. On my second day, while peddling small wooden carvings, I nearly sold a dolphin carving to an Associated Press reporter standing at the edge of my dock. He was pulled away from my enticement by an urgent phone call.

John McAfee's Last Stand



29 Oct 19:42

Zorra Total: além de misógino, racista.

by noreply@blogger.com (Lori)
 
 

Sent to you by Lori via Google Reader:

 
 

via Untitled on 10/29/12

Kills Me Dead: In shocking news, blackface is wrong and offensive:

killsmedead:

Because I spend more time descending into rage spirals than I do trying to be articulate, here are some helpful links for those who might need them about why blackface (and related other racist costumes) are gross, racist, and offensive:

RACISTAS

Fica a dica pro Zorra Total: Blackface é racista e ofensivo. (não q eles se importem, já são assumidamente misóginos mesmo, pra racista era um soluço)


 
 

Things you can do from here:

 
 
29 Oct 01:05

bemusedlybespectacled:were-lesbian:strawberry-julius:fleurd...

by noreply@blogger.com (Lori)
   

Sent to you by Lori via Google Reader:

   

bemusedlybespectacled: were-lesbian: strawberry-julius: fleurd...

via Women to the Front on 10/25/12


bemusedlybespectacled:

were-lesbian:

strawberry-julius:

fleurdulys:

The Irritating Gentleman - Berthold Woltze

1874

this is so real tho

One thing hasn't changed since the 1800s huh :')

Also

This should not be relevant 138 years later.


   

Things you can do from here:

   
28 Oct 21:52

man hating feminists

by Lori
   

Sent to you by Lori via Google Reader:

   

Photo

via Women to the Front on 8/17/12



   

Things you can do from here:

   
22 Oct 22:49

Kids Costumes Loaded With Class

by Jill Harness

These little artists have all the style of the famous creators they are dressed as, even if their art might not be quite as valuable -yet.

Link

17 Oct 18:56

Colombianas

O Brasil nunca engoliu o Plano Colômbia, iniciado há 12 anos. Brasília negou pedidos colombianos de cooperação, recusou-se a tratar grupos insurgentes como "organizações terroristas" e denunciou a presença militar norte-americana. Também rejeitou propostas de atuação multilateral. Quando membros das Farc violaram o território brasileiro, foram expulsos a bala em operações silenciosas e unilaterais. Leia mais (17/10/2012 - 08h31)
16 Oct 21:43

Gambá é encontrado no Senado e é capturado por funcionários

Cyntiab

Piada pronta, nem vou comentar.

O Senado recebeu um visitante inusitado nesta terça-feira: um gambá. O animal apareceu no anexo I da Casa, prédio onde ficam localizados os gabinetes de diversos senadores, como José Sarney (PMDB-AP) e Fernando Collor de Mello (PTB-AL). Um funcionário encontrou o animal e entrou em contato com brigadistas que prestam serviços na Casa. Os servidores conseguiram colocá-lo em uma gaiola, e o gambá está à espera de servidores do Ibama - recebendo pão e água como alimentação. Não é a primeira vez que um gambá entra no Senado. Uma família de saruês, uma espécie do animal, foi encontrada vivendo em um buraco na parede da Casa há três anos. Leia mais (16/10/2012 - 15h46)
04 Oct 19:08

Recorde mundial de tiro olímpico no próprio pé

by noreply@blogger.com (none)
O Comitê Olímpico Brasileiro, que já não anda com boa imagem por causa dos eventos relacionados ao roubo de dados do Locog (mesmo com os panos quentes jogados) e também à invasão da sede da Confederação Brasileira de Desportos no Gelo*, resolveu se queimar de vez em pira olímpica.

Está acionando extrajudicialmente - com promessas de ir para as barras dos tribunais se não atendido - os organizadores das chamadas "olimpíadas acadêmicas": como a Olimpíada Brasileira de Matemática, de Física, de História.... Por um raciocínio torto, o COB alega que tais usos do termo "olimpíada" lhe causam prejuízos.

Não são eventos comerciais, não são nem mesmo de natureza esportiva (como as paraolimpíadas) que pudesse levar a algum tipo de competição de marca.

Algumas dessas competições acadêmicas, de fato, usam logomarcas baseadas nos anéis olímpicos e isso poderia ser alterado. O Ato Olímpico, de 2009, protege os símbolos relacionados aos jogos olímpicos e paraolímpicos (ou paralímpicos como querem o COI e o COB). O COB quis que entre os termos protegidos fosse incluído até "olímpico" e "olimpíada", mas sem sucesso: estão protegidas, no entanto, as expressões "Jogos Olímpicos" e "Jogos Paraolímpicos".

O termo "olimpíadas" é privativo do COB pela lei 9.615 de 1998 (art. 15, parág. 2o). Porém, é dito explicitamente "permitida a utilização destas últimas quando se tratar de eventos vinculados ao desporto educacional e de participação" (na redação dada pela lei 9.981 de 2000)*

Em 20092010, o COB tentou tirar do ar uma propagandapublicidade de supermercado que falava em "olimpíadas", mas a Justiça rejeitou a demanda.

Os organizadores das "olimpíadas acadêmicas" poderiam levar o caso aos tribunais com boas chances de vitória. Mas isso custa dinheiro, coisa que eles, no geral, não têm. Porém, como o MEC organiza alguns, há espaço para a essa sanha insana do COB ser podada.

Ou um acordo que eu acharia justo: ok, o COB fica com a exclusividade do temo "olimpíada", porém deixa de receber as verbas públicas (o seu, o meu e o nosso dinheirinho suado) que o sustenta.

*Upideite(04/out/2012): adido a esta data.
04 Oct 15:28

Why We Are So Rude Online

by Miss Cellania

fThere's something about typing your thoughts on the internet that makes some perfectly nice people act like jerks. It's not just the anonymity, because even on social networking sites where our identities are displayed to our contacts, arguments often devolve into name calling and bullying.   

According to soon-to-be-published research from professors at Columbia University and the University of Pittsburgh, browsing Facebook lowers our self control. The effect is most pronounced with people whose Facebook networks were made up of close friends, the researchers say.

Most of us present an enhanced image of ourselves on Facebook. This positive image—and the encouragement we get, in the form of "likes"—boosts our self-esteem. And when we have an inflated sense of self, we tend to exhibit poor self-control.

"Think of it as a licensing effect: You feel good about yourself so you feel a sense of entitlement," says Keith Wilcox, assistant professor of marketing at Columbia Business School and co-author of the study. "And you want to protect that enhanced view, which might be why people are lashing out so strongly at others who don't share their opinions." These types of behavior—poor self control, inflated sense of self—"are often displayed by people impaired by alcohol," he adds.

MIT professor Sherry Turkle says we often forget that when we comment online we don't feel as if we are talking to real people, but when we receive such thoughtless comments, we take it doubly hard.

And for Facebook, its very name is part of the problem. "It promises us a face and a place where we are going to have friends," says Dr. Turkle, author of the book "Alone Together: Why We Expect More from Technology and Less from Each Other." "If you get something hurtful there, you're not prepared. You feel doubly affronted, so you strike back."

Read more about research into online behavior at the Wall Street Journal. Link -via The Week

04 Oct 14:27

pintinho publicado nesta quarta no caderno “eleições...



pintinho publicado nesta quarta no caderno “eleições 2012” da folha de s.paulo